🔸Quando a gente gasta energia psíquica querendo controlar as coisas, pesssoas, acontecimentos, buscando milhares de maneiras de prever possibilidades e não aceitando nossos próprios erros, o que realmente estamos buscando?
🔹É uma dinâmica causadora de muita tensão... E como encontrar aquilo que vai, de fato, nos tranquilizar? Tenho algumas leituras disso.
🔸 Uma delas é que a segurança que buscamos fora, precisamos encontrar internamente. Mas não penso que é nos aperfeiçoando cada vez mais no que quer que seja até que fiquemos infalíveis.
🔹Mas encontrando um lugar interno que é termômetro e bússola de tudo que fazemos. O nome dele é: corpo.
🔸Sim, esse mesmo que você tem carregado de um lado pro outro, sem às vezes prestar atenção suficiente...
🔹Estranhou? Então... Nessa sociedade tão mental, um mergulho satisfatório no interior do nosso próprio corpo, pela respiração, atenção interna, enraizamento e técnicas diversas, pode proporcinar acesso a uma sabedoria que por vezes você nem sonha em ter. Ou já percebe que tem, mas pode aperfeiçoar o contato com ela.
🔸Em terapia, quando possivel, o corpo do terapeuta naturalmente ressoa junto ao do cliente, por meio da abertura de ambos a compartilhar seus sentimentos, facilitando o descobrimento e a expressão do ser.
🔹Com essa descoberta de si, a necessidade de controle externo tende a diminuir, e a vida começa a ficar mais leve. O que acham disso?🔸
♀Ser mulher, o que é que tem? ♀🔸Por tanto que ainda somos desvalorizadas por nossa condição feminina, parece que ficou entendido que ser mulher é irrelevante, que é como qualquer outra característica humana.🔹Mas... depois que a medicina afirmou ser o corpo da mulher carente de saúde (precisa sempre de atenção, vigilância e reparo), que a psicologia/psiquiatria transformou a mente feminina em algo confuso e doentio (com seus estudos sobre histeria, depressão, moralidade etc), que a mulher tornou-se depositária de todos os imperativos sociais: os morais e os amorais... Será que ser mulher é mesmo tão simples?
🔸Nos lares, nas ruas e no ambiente de trabalho ser mulher tem sido “matar um leão por dia”, por reconhecimento e, principalmente, em busca de equilíbrio, de encontrar em nós a preciosidade ofuscada por tanto. E o reconhecimento do outro não nos serve mais, queremos nos amar, admirar a nós mesmas!
🔹E felizmente estamos, pouco a pouco, percebendo o nosso valor, embora nem sempre tenhamos força para aproveitar todo esse potencial. Mas vejo em meu redor e no meu consultório, a cada dia, mulheres gostando de ser mulheres, que estão aprendendo a admirar a si, a suas mães, amigas, filhas. Que buscam, mesmo com dificuldade, seu lugar de direito e de dever.
🔸E eu amo poder ser suas parceiras nesse processo!
🔹Que cada mulher, mas suas escolhas de vida, seja respeitada e honrada, hoje e sempre.
Fortaleza, 8 de março de 2018.
Na página da @formacaoacp, foi pedida alguma informação a respeito da Abordagem Centrada na Pessoa (minha linha de trabalho) e suicídio. Me prontifiquei, então, para escrever sobre como eu vejo a prática da ACP nesses casos. Há muitas coisas para serem ditas, mas escolhi dizer algumas:
🔸 Boa parte do trabalho do terapeuta em ACP é a busca por aproximar-se da experiência do cliente. A pessoa que tem pensamentos autodestrutivos frequentemente se sente culpada por tê-los, tem medo de ser julgada pelo outro, pois já está sendo terrivelmente julgada por si mesma. Assim, a percepção de que o terapeuta REALMENTE quer compreender o que a pessoa vive (compreensão empática) pode ser reconfortante e reativadora da tendência atualizante (tendência natural à autorrealização).
🔹 Reforçamos, então, a crença de que nós podemos encarar a ambivalência humana (querer morrer e querer viver, por ex.), pois temos em nós o pensamento básico de que se conseguirmos ouvir sem julgamentos, legitimando todos os sentimentos e considerando incondicionalmente a pessoa, a vida predominará. Assim, nós ouvimos o grito de socorro, mas focamos o olhar afetuoso sobre a pessoa como um todo, sua experiência total. Daí é possível construir um vínculo real, de pessoa para pessoa.
🔸Isso que foi dito acima não é mágica, mas requer certamente treinamento e qualificação do profissional. Ser um terapeuta humanista é ser capaz de olhar o ser humano com todos os seus paradoxos, sabendo que conselhos e frases de efeito não têm impacto duradouro sobre a dinâmica da personalidade e que certamente não conhecemos o outro tão bem quanto ele mesmo. Logo, não podemos saber antecipadamente o caminho que ele deve trilhar.
🔸 Reconhecemos, portanto, o sofrimento do cliente e muitas vezes sofremos com ele também. Cada um está vivendo sua experiência, tão humana quanto todas. Assim: num clima sem ameaças, sem preconceito, com seriedade, mas sem medo de falar, o cliente é livre para viver. E acreditamos que viverá.
💡Tem mais alguma dúvida, comentário? Vamos dialogar!
🔸Eu sei que dizem que temos que ser independentes, autossuficientes. Sei que você tem se exigido isso, dando muitos outros nomes: maturidade, equilíbrio, evolução...🔹Mas nós, seres humanos, somos seres sociais e precisamos uns dos outros para chegar até nós mesmos. Se essa pós modernidade inventou que não podemos depender das pessoas (e com isso o hiperindividualismo e a carência ganharam MUITOespaço), eu digo então que quero retroceder...
🔸Por favor, voltemos a um tempo psicológico em que nos importamos uns com os outros; em que pedir auxílio é bom e auxiliar é melhor ainda; quando podemos conversar fortuitamente, pelo prazer de estar junto. Onde não exista a expressão "jogar conversa fora", pois um diálogo é sempre construtivo...
⚠Por favor, não subestime a importância de uma outra pessoa na sua vida, nem a sua importância na vida do outro.⚠
Fica um desabafo/recado/conselho de uma mulher, amiga, psicóloga que está sempre em busca de ser cada vez mais PESSOA.
🔸É interessante que as pessoas muitas vezes têm tanta necessidade de atender às expectativas dos outros (família, amigos, sociedade...), que chegam a criar "eus" distorcidos, incompletos, adaptados. Essa incongruência interna tende a gerar ansiedade, angústia, insatisfação consigo e impaciência com os outros. E o objetivo (agradar as pessoas) nem sempre ocorre.🔹E por que as pessoas insistem nessa fórmula? É compreensível, pois despertar para o "si mesmo" envolve reconhecer quem somos: seres singulares, únicos, não comprometidos com padrões! É trabalhoso nos enxergar honestamente e atuar no mundo segundo nosso próprio "eu", mas é profundamente satisfatório e recompensador.
🔹Nos conhecendo podemos nos admirar, amar a nós mesmos e assim também sermos amados pelas outras pessoas por sermos exatamente quem somos.